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Relatório do Senado Brasileiro: Bitcoin T está pronto para regulamentação

Um novo estudo para o Senado Federal do Brasil busca examinar como a disseminação do Bitcoin e outras moedas digitais pode impactar sua economia.

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Um novo estudo encomendado pelo Senado Federal do Brasil buscou examinar como a disseminação do Bitcoin e de outras moedas digitais poderia impactar a economia brasileira e se a regulamentação formal é necessária para a indústria nacional.

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De autoria de Cesar Rodrigues van der Laan, um consultor para o Banco Central do Brasil, o documento de 18 páginas conclui que o Brasil não deve regular imediatamente o Bitcoin, argumentando que não há regulamentação suficiente atividade nos Mercados locaispara garantir tal regulamentação.

O artigo continua destacando as variadas respostas que os reguladores têm dado ao Bitcoin em todo o mundo, citando a posição tomada pela Rússia, que tomou medidas ativas para proibir Bitcoin, e os EUA, onde os reguladores estaduais estão tentandoestabelecer uma estruturapara a indústria.

Notavelmente, o artigo defende que o Brasil Siga um caminho semelhante ao dos EUA, se e quando decidir introduzir regulamentação para o setor:

"As autoridades fiscais dos EUA [determinaram] que a moeda virtual é um ativo que deve ser declarado e está sujeito a impostos. Por sua vez, o Tesouro dos EUA determinou que transações significativas em bitcoins sejam reportadas às autoridades, como moedas comuns. O Brasil deve Siga caminho semelhante, mas apenas em caso de maior disseminação deste novo ativo financeiro."

Empreendedores locais expressaram Optimism de que o documento, embora não seja otimista quanto à capacidade do bitcoin de competir com a moeda nacional brasileira, ajudaria a aprofundar a discussão sobre os potenciais benefícios que a Tecnologia oferece em uma das maiores economias da América Latina.

"O relatório do Senado me encoraja a pensar que os reguladores aqui estão dispostos a entender essas novas tecnologias, eles veem que são relevantes do ponto de vista tecnológico e talvez sejam relevantes do ponto de vista financeiro", Rafael Olaio, cofundador do gateway local RippleRippex, disse ao CoinDesk.

A declaração marca a terceira vez que uma grande autoridade no Brasil emite uma declaração sobre Bitcoin neste ano, após o Banco Central do Brasil aviso em fevereiroe uma decisão de abril doReceita Federal, a autoridade tributária do país, que trataria as moedas digitais como ativos financeiros.

Economia baseada em Bitcoin é improvável

Embora abordando possíveis abordagens regulatórias, Van der Laan passa grande parte do artigo teorizando sobre como um ecossistema maior de Bitcoin poderia afetar a economia brasileira.

O relatório abre com o contexto de que os meios de comunicação globais estão cada vez mais interessados ​​no Bitcoin como um sistema monetário alternativo. No entanto, ele descobre que o futuro do bitcoin para esse propósito é improvável, dado que ele pode levar ao aumento da lavagem de dinheiro, tem um mercado relativamente novo e o fato de que um número significativo de acordos locais são feitos em dinheiro.

"Dado seu alcance atual limitado, especialmente no Brasil, não vemos risco sistêmico para a operação da economia doméstica", diz o relatório.

O artigo prossegue afirmando que, embora tenha sido criada para contornar o sistema financeiro, seria benéfico para os usuários e investidores da tecnologia se concentrarem em seu potencial para reduzir o custo de pagamentos e comércio online.

Preocupações com a crise financeira

No geral, o artigo sugere que o Bitcoin pode ser a promessa mais promissora a longo prazo como um sistema de pagamento internacional, embora ONE exija uma estrutura regulatória em uma data posterior.

Em particular, o artigo argumenta que uma grande mudança para um mercado não regulamentado poderia ter uma influência potencialmente negativa no mercado, o que não deveria ser permitido devido à recente crise financeira de 2008-2009.

O relatório afirma:

"Se houve lições da recente crise financeira é o consenso de que os sistemas financeiros globalizados precisam de mais e não de menos regulamentação. Por essas razões, é difícil considerar plausível a hipótese de que moedas soberanas sejam substituídas por moedas virtuais não regulamentadas e sem respaldo legal."

No entanto, o relatório conclui que "ainda não se sabe" se o Bitcoin e tecnologias similares podem proporcionar inovações em pagamentos.

"Será a adoção que determinará o real potencial competitivo desses novos serviços financeiros", acrescenta o relatório.

Início do diálogo

As reações locais ao relatório variaram de desdenhosas pela falta de impacto nos negócios até positivas.

Andre Horta, CEO de uma startup de câmbio de Bitcoin BitcoinToYou.com, ficou entusiasmado com a divulgação do relatório, embora tenha questionado se uma estrutura regulatória não beneficiaria empreendedores locais como ele.

"A regulamentação pode ser boa, porque mais pessoas e empresas teriam maior segurança para usar Bitcoin para enviar dinheiro para outro país sem violar a lei atual. Mais do que isso, empresas de capital de risco e investidores estão esperando a regulamentação oficial do Bitcoin para investir capital em startups de Bitcoin no Brasil", argumentou.

Rippex

Olaio escolheu se concentrar nas descobertas mais macro do relatório, concordando em particular que o Bitcoin terá dificuldade em competir com a moeda nativa do Brasil, o real.

"A volatilidade é o maior obstáculo para a adoção do bitcoin como moeda. Hoje, ele é comparado ao ouro, mas o cidadão comum nunca usa ouro como moeda cotidiana", disse ele.

Horta, no entanto, acredita que o artigo pode ter mais valor como uma forma de o ecossistema local iniciar um diálogo com os reguladores, concluindo:

"Seria maravilhoso se eles abrissem a porta para discutir sobre Bitcoin com a comunidade Bitcoin , para ver que o Bitcoin pode ser ótimo, para reduzir a burocracia e diminuir os custos para fazer transferências de dinheiro, para fazer pagamentos pela internet ou fisicamente."

Imagem do Senado Federalvia Wikipédia

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Pete Rizzo

Pete Rizzo foi editor-chefe da CoinDesk até setembro de 2019. Antes de ingressar na CoinDesk em 2013, ele foi editor da fonte de notícias sobre pagamentos PYMNTS.com.

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