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Câmara Digital Pede ao Tribunal que Trace uma Linha Entre Contratos de Investimento e Ativos no Caso Telegram

A Câmara de Comércio Digital, um grupo de defesa do blockchain, quer que um tribunal dos EUA faça a distinção entre um contrato de investimento e o ativo subjacente usado pelo Telegram durante uma oferta inicial de moeda em 2018.

U.S. District Court for the Southern District of New York
U.S. District Court for the Southern District of New York

A Câmara de Comércio Digital, um grupo de defesa do blockchain, quer que um tribunal dos EUA faça a distinção entre um contrato de investimento e o ativo subjacente usado pelo Telegram durante uma oferta inicial de moeda (ICO) em 2018.

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A Câmara Digital apresentouum amicus curiae brief– um processo feito por alguém que não é parte no litígio – na luta em andamento do Telegram no tribunal com a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA, que alegou que a plataforma de mensagens violou a lei de valores mobiliários durante seu ICO de US$ 1,7 bilhão. A câmara pede que a SEC trace uma linha clara entre contratos de investimento em geral, que são tratados como um título sob a lei federal, e ativos digitais.

"Sem uma distinção legal clara entre uma transação determinada como um contrato de investimento e o ativo digital que é o objeto do contrato de investimento, esses desenvolvedores de software, varejistas, provedores de saúde, empresas de publicidade e outros podem não conseguir desenvolver ou usar a Tecnologia blockchain sem acionar involuntariamente as leis federais de valores mobiliários dos EUA toda vez que um ativo digital for usado como parte de sua rede", diz o resumo.

A câmara não tem uma opinião sobre se a venda de gramas, o token do Telegram, é uma transação de valores mobiliários, acrescentou. Em vez disso, o interesse do grupo é "garantir que a estrutura legal aplicada a ativos digitais subjacentes a um contrato de investimento seja clara e consistente".

O Telegram deve se reunir com a SEC no tribunal nos dias 18 e 19 de fevereiro para discutir se os gramas são títulos.

O resumo foi escrito por Lilya Tessler, chefe do grupo de FinTech e Blockchain do escritório de advocacia Sidley Austin em Nova York.

O argumentoecoa a própria resposta do Telegramàs alegações da SEC, que insiste que, embora os acordos de compra dos tokens fossem títulos, os próprios gramas, uma vez emitidos, serão tokens de utilidade a serem usados em seu novo blockchain de prova de participação.

“Em Howey, pomares de laranja específicos vendidos de acordo com um contrato de investimento não eram eles próprios títulos. Partindo da premissa de que um ativo digital que é objeto de um contrato de investimento não é necessariamente um título em si, o ativo (uma commodity) pode ser simplesmente objeto de uma transação comercial comum”, diz o resumo,referenciando o famoso caso da Suprema Cortefrequentemente usado para determinar se um investimento é um título.

O resumo alerta que considerar quaisquer ativos digitais como títulos pelo único motivo de serem registrados digitalmente pode significar que “as empresas que operam esses sistemas podem precisar se tornar corretoras registradas ou outro tipo de instituição financeira regulamentada ou, pior, sujeitas a severas ações de execução”.

Isso, por sua vez, pode expulsar empresas inovadoras dos EUA, disse o resumo.

“Como tantos outros tipos de ativos (que frequentemente serão commodities), os ativos digitais podem ser objeto de um contrato de investimento sem serem um título”, diz o resumo, sugerindo que os gramas podem não ser títulos não registrados, como a SEC acredita, mas uma commodity digital.

Anna Baydakova

Anna escreve sobre projetos de blockchain e regulamentação com foco especial na Europa Oriental e Rússia. Ela está especialmente animada com histórias sobre Política de Privacidade, crimes cibernéticos, políticas de sanções e resistência à censura de tecnologias descentralizadas. Ela se formou na Universidade Estadual de São Petersburgo e na Escola Superior de Economia da Rússia e obteve seu mestrado na Columbia Journalism School, na cidade de Nova York. Ela se juntou à CoinDesk depois de anos escrevendo para vários meios de comunicação russos, incluindo o principal veículo político Novaya Gazeta. Anna possui BTC e um NFT de valor sentimental.

Anna Baydakova